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Friday, June 8, 2007
Deu no cano
Ouro dos templos
Dourado dos tempos
Riqueza dos pobres
Pauperidade dos bem nascidos
São coisas
Que vejo
São coisas
Que vivi
Quisera viver
Sem saber
Que devo esquecer
Tudo isso
Desejei viver num tempo
Onde tudo fosse diferente
O ouro não valesse tanto
E as pedras das ruas
Valessem mais
São elas que sedimentam o chão
São elas que atiramos
Naqueles que condenamos
Por isso valem mais
E esse deus que nos reinventou
Deve ser um brincalhão
Deve se divertir
Vendo como complicamos a criaçao
Suposta obra saida de suas mãos
Vem andar com a gente
Vem outra vez viver
Como vivemos
Não fechado
Numa caixa dourada
Onde nossas esperanças
Foram roubadas
Arrazada pelo mercenarismo
Dos teus ministros
Esses malditos sinistros
Quero crer que vivem
Aquilo que falam
Não que retrocedemos
Aos teus inimigos fariseos
Insensatos ateus
Não deixaram de existir
Apenas mudaram de nome e religiao
E agora com mais força usam teu nome em vão
Torcem tuas palavras
Quebrantam teu povo
A grandes patadas
Como se fossem
Mula
Burro
Jumento ou
Cavalo
No meio de tudo isso
Me pergunto:
_Quanto valho?
Não sou ouro
Nem pedra ou prata
Não vivi tanto tempo
Sou um pobre
ateu que cre em deus.
(San Ignacio - Marzo 1993)
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